Emergence de l'archétype de la sorcière chez Machado de Assis
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A literatura comparada permite verificar que as personagens femininas, ao longo do tempo, apresentam-se, em diversas narrativas, como uma figua marcante e decisiva. Nos contos de Machado de Assis nao é diferente; muitas dessas mulheres destacam-se pela sua audacia ou pela sua amissao, mas, sem duvida, interessam, pela trajectoria que cumprem nos contos. Observada a repeticao da mesma seqüência em "A cartomante, Mariana, A causa secreta", entre outros, procurou-se verificar elementos comuns e troçou-se, entao, um paradigma composto pele beleza feminina, sua transgressao e sua punicao; em seguida, relecionou-se essas personagens a outras personalidades recorrentes na literatura chamadas, via de regia, de mitos. Afrodite remete à beleza, Eva a Lilith à transgressao e Joana d'Arc, sem duvida, à fogueira, logo, situado o paradigma por entre esses três nomes e observando o eixo comun de bela mulher transgressora que merece ser perseguida como bode expiatorio, mesclando sua vida real o nao, com sacrificios sangrentos que, no inconsciente colectivo se perpetua é no romance "Afeiticeira" de Jules Michelet que se foi encontrar uma referência maior para traçar o perfil definitivo do que se chamou nessa pesquisa de arquétipo de feiticeira. Os contos de Machado de Assis serviram, entao, de ponto de partida para comparaçao tanto entre as suas personagens femininas como com mitos femininos ligados à idéia de feitiçaria, além de verificar semelhenças em outras obras de autores como Flaubert, Wagner o Shakespeare, na tentativa de comprovar a re-atualizaçao do arquétipo de feiticeira que se pretende catalogar como uma escrita pos-moderna. E na intertextualidade das narrativas, na polifonia de sentidos que se vai, ainda, vislumbrar uma posibilidade de leitura tragica, segundo o conceito de Aristoteles, evidenciando-se também, nesses textos curtos, a presença contante de três partes da tragédia : caracteres, fatos e catastrofe, as quais vêm ao encontro do paradigma anterioramente referido. Assim, num contexto politico-religioso muito semelhante, em que a sociedade patriarcal e os preceitos do christianismo se fazem valores morais, a saga das personagens femininas vai revelar que as mulheres de séc. XIX ainda queimavam en fogueiras como as feiticeiras da Idade Média, mesmo que num sentido metaforico, o permite afirmar que ha uma emergência do arquétipo da feiticeira nos contos de Machado de Assis.